Ciência & Cia

﷯ por Mário Macho

Sistema Digestório

Prisão de ventre opressora

 

 

 

 

 

Um ativista de gênero colocou o mundo dos laxantes intestinais de ponta cabeça.

Ao acusar diretamente o laxante Dulcolax de ser homofóbico, o ativista inaugura um novo embate na luta pelos direitos humanos, em prol da sua diversidade.

Quando questionado sobre o direito da diversidade alheia, o ativista, disse que não saberia responder, porque não é muito bom em matemática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ativista de gênero, considerou muito opressora a campanha publicitária do Laxante Dulcolax, que faz o intestino correr lindo, leve e solto. E completou, que num mundo progressista e modernista, não pode haver mais espaços para ironias irônicas piadas inteligentes, e verdades opressoras.

Tudo começou, quando uma filial da agência McCann em Shangai, na China criou uma campanha criativa e inteligente para o laxante “Dulcolax”.

A agência chinesa, de maneira muito didática, explicou para que serve, e como funciona o Laxante Dulcolax.

 

 

 

 

 

 

 

 

A pegada publicitária da agência foi diferenciada. Muito simples, mas extremamente explicativa. Pois, desenhou, e depois explicou o desenho para o público oprimido: Não é o intestino que precisa ser solto. E sim as fezes, que estão aprisionadas dentro do intestino grosso.

A arte final das fezes prisioneiras, foram feitas por Danny Li, Band Bai e QinQian. Verdadeiros gênios do marketing chinês, que ainda fizeram questão de dar uma personalidade e individualidade a cada uma delas.

O anúncio mostra as fezes, aprisionadas dentro do intestino grosso. Num ambiente escuro, triste e carregado de injustiça. As fezes, sem ter o que fazer, ficam marcando nas paredes intestinais os dias que vão passando. E como qualquer preso, sonham com o dia que receberão o alvará de soltura. E então poderão escorregar e brotar para a liberdade almejada.

 

 

 

 

 

 

 

 

No coletivo das fezes, se encontram as baixinhas, as altinhas, as gordinhas, as molinhas, e as soltinhas. Algumas aparentam estar com piercings no nariz. E outras parecem até tatuadas. Mas, devem ser manchas de nascença. Enfim, há toda uma diversidade significativa de indivíduos. Não duvido, que uma boa parte da diversidade social, se veja ali representada.

A campanha publicitária, de maneira inteligente, transformou as fezes humanas, que estão presas, dentro dos intestinos, em personalidades humanas. E que se uniram em prol da sua libertação.

É uma cena tocante. A evidente mensagem subliminar, desperta uma antagônica dialética, provocando uma reação no público alvo. O qual é obrigado a se autoquestionar, e a buscar o porquê das cousas. E então surge a pergunta, que não quer calar:

 

 

 

 

 

 

 

 

-Mas, afinal? Que crime, que as fezes cometeram?

O profundo sentimento de empatia encontra eco até na sociedade opressora, que por sua vez é obrigada a reconhecer uma injustiça cometida.

Mas, você pensa que é só? Não. De maneira nenhuma.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O banner publicitário ainda arremata com um pedido de salvação:

"Somente VOCÊ pode libertá-las".

Apesar, de reconhecer que o direito à verdade é um direito do cidadão, o ativista afirma, que isso não justifica a frieza, com que a publicidade descortinou a realidade, que se passa dentro dos intestinos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Agora, o ativista de gênero, está em dúvida, se processa a agência publicitária, se processa o fabricante do laxante, ou se processa os revendedores do produto.

Mas, o ativista de gênero, não contava com dissidências entre os seus pares. Afinal, e inegável a importância do laxante Dulcolax no processo da limpeza intestinal.

Além do mais, a publicidade do laxante Dulcolax, ajudou a expor uma grave injustiça social. Que será denunciada no próximo encontro com Fátima.

 

 

 

 

 

 

 

E afinal, será que existe limite para a Propaganda? Ela pode ser punida quando ela apenas expõe a verdade?

A “Ads of the World” classificou esse anúncio, como "um dos mais perturbadores anúncios do ano". O que não muda o fato, dessa ideia criativa ter se transformado num estrondoso sucesso.

Temos que fazer reverência, e reconhecer a criatividade dos chineses, nessa propaganda que varreu a China, e que se espalhou pela internet. Pois, de mau gosto, ou não, a propaganda tem por objetivo dar o seu recado.

 

 

 

 

 

 

Além do mais, quem tem o direito de decidir o que pode, e o que não pode?

Questões dessa natureza, podem enveredar por um longo e demorado processo sináptico. O qual, precisa estar sustentado sobre um profundo conhecimento filosófico acerca das vaidades humanas. As quais, devem ser aliadas à um profundo entendimento empírico dos anais da medicina prática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mas, uma coisa é certa. A criatividade, não está com prisão de ventre. E depois da veiculação do anúncio publicitário as vendas do “Laxante Dulcolax” explodiram, e os estoques sumiram das prateleiras.

Afinal, o que há de mal, em humanizar e libertar os cocozinhos presos, que habitam o nosso intestino grosso?

... Abaixo a prisão de ventre opressora.

Mário Macho - Colunista do Portal Mingana Keugosto
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