Merdofobia

Detonando a Disney

 

 

 

 

 

 

 

No Primeiro dia o arrependimento.

No 2° dia, o desespero. Ainda faltam 6 dias, e você saca logo que todos os parques são iguais, chatos e cansativos.

Correndo você só vê meio parque. Mas, você não perde nada. Os shows são bobos com efeitos especiais de novelas mexicanas. Fala sério, o nosso surrado Play Center, Deus o tenha, não fazia feio.

A Parada Disney é um saco atrás do outro, arrastados por pobres latinos suados, vestidos de bonecos sorridentes.

A queima de fogos é sem sal. Qualquer rojão à beira mar é mais emocionante. E o que dizer do globo terrestre iluminado com as cores do arco iris, que encerra uma das noites? Ninguém merece.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pra não enlouquecer no meio desse inferno todo, você escapa por uma dobra do tempo, escondida no canto do espelho.

E na sua praia favorita, você enfim se deita preguiçosamente na areia quente e macia, que já o aguardava. E sob um sol encalorado, sacia o desejo do corpo molhado de mar, após um mergulho refrescante numa tarde ensolarada de azul.

E logo, você sorve prazerosamente o último gole da água de coco. Mas, que traiçoeiramente deixou um gosto de saudade na boca. E por isso, à amaldiçoa. Não cumpriu sua promessa de curar a ressaca de uma noite estrelada de Van Gogh. Um verão inesquecível, que ficou na sua memória para sempre.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Triste e feliz, você se consola na companhia de verdejantes coqueiros que brincam com o vento.

E para agarrar o instante, você multiplica o tempo, assistindo as inumeráveis ondas azuis e cristalinas molhando e acariciando a infindável orla de areia branca à perder de vista.

E cheio de remorsos, você devolve ao mar a concha que você displicentemente roubou durante um passeio à beira-mar... E ele a recebe num largo sorriso de espuma branca.

A concha não te fará falta... Não precisará mais dela para ouvir...

... O silencioso aplauso da natureza.